O município de Guapé, localizado no Sul de Minas e banhado
pelo Lago de Furnas, tem sua história dividida em duas partes: antes e depois
das águas de Furnas, devido à inundação de parte do município na década de 1960
para construção de uma usina hidrelétrica.
Os primeiros registros do arraial se dão em documentos
datados de 1759, mas somente em 7 de setembro de 1923, o então governador de Minas
Gerais Raul Soares de Moura assina a Lei nº 843 que desmembra o distrito de São
Francisco do Rio Grande do município de Dores da Boa Esperança emancipando e
passando a se chamar Guapé, que
é, na língua indígena, é uma planta aquática conhecida também como
"Caminhos nas águas" que recobre a superfície dos lagos e rios com
suas folhas, formando uma espécie de tapete verde.
Em 3 de fevereiro de 1.924 é instalado o município de Guapé.
A construção de uma represa, para instalação da Usina
Hidrelétrica de Furnas, idealizada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek no
fim dos anos 50 (criada em 1957 com fechamento das comportas em 9 de janeiro de
1963), provocou a inundação boa parte do município, além da própria cidade.
Com a formação do lago, boa parte da cidade ficou submersa.
Até parece uma ironia, o nome da cidade que significa “caminho na água” iria
com o enchimento do lago ficar parcialmente tomada pelas águas. Com o
fechamento das comportas as águas subiram rapidamente e estava instalado o caos
na cabeça do Guapeenses, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Os proprietários
não foram indenizados de forma satisfatória, houve uma subvalorização das
propriedades, isto sem falar no impacto cultural.
No dia 19 de janeiro de 1963, as águas atingem as partes
baixas de Guapé, na altura do prédio dos correios, situado a 100 metros da
Matriz de São Francisco de Assis.
Fluctuat Ne Mergitur
Em 1924, este lema foi escrito na bandeira da cidade, que
significa "Flutuarás, não afundarás", ou em uma livre interpretação
significa "Resiste". Quem poderia naquela época imaginar que depois
de 39 anos de história, Guapé iria por em prova o lema que carregava em sua
bandeira, não se deixando afundar com as águas de Furnas, mesmo toda encoberta
resistiria, e como uma fênix ressurgiria das próprias águas que a submergiram.
E Guapé ressurge, como a fênix da mitologia, ressurge mais
bela e mais forte.
Uma nova cidade
A nova cidade foi construída próxima à antiga, em um local
mais alto, as margens do lago, ficando praticamente ilhada, onde o lago forma
uma península. O lago que hoje rodeia a cidade proporciona uma vista bastante
agradável e um clima ameno.
A prática de esportes náuticos, turismo, pesca (autorizada)
é frequente, principalmente em tempos quentes. O lago é um convite para
banhistas e para passeios de lancha, barcos. O ecoturismo é uma das grandes
atrações, com trilhas, riachos, cachoeiras e a própria mata nativa que preserva
a fauna e a flora de nossa região.
O Carnaval de Guapé se destaca na região como sendo um dos
mais agitados e dos que recebem maior número de turistas. A agitação acontece a
noite na praça e durante todo o dia no Parque Ecológico do Paredão e no Lago de
Furnas.
Cidade em progresso
Atualmente Guapé vive em progresso, com diversos
empreendimentos, trazendo para a cidade pessoas do Brasil inteiro. Nos últimos
três anos, a cidade vem se fortalecendo nos quesitos de saúde, educação e
social, através de obras e projetos que tornam a vida do guapeense, ainda
melhor.
Com cerca de 14 mil habitantes, o município de Guapé oferece
aos seus munícipes, uma cidade tranquila e aconchegante. Como grande fator na
economia do município, a agricultura, principal fonte de renda da cidade desde
a sua criação, tem elevado o nome do município.
O forte potencial turístico de Guapé vem fazendo desta uma
opção rentável e lucrativa aos guapeenses, fortalecendo a economia local. A
cidade que guarda história e lugares deslumbrantes vem atraindo um grande
número de turistas a cada ano.
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